A arte da miniatura de uma árvore

Especialistas em jardinagem afirmam que não basta cortar a árvore para se ter um bonsai. É preciso tentar reproduzir uma planta crescida adulta, com todas as suas características de envelhecimento, desde a ligeira queda dos galhos, provocada pela gravidade, às marcas do tempo, como cascas soltas no tronco ou a inclinação dos galhos, causada pelo vento. O resultado final deve ser uma miniatura de uma árvore, um trabalho de arte cuidadoso, minucioso, paciente e constante.

Bonsai de flores

A técnica de bonsai encontra-se atualmente bastante desenvolvida em países ocidentais. Ela é particularmente apreciada no Brasil, que está cada vez mais interessado em paisagismo, e no Reino Unido, onde a jardinagem é um hobby levado extremamente a sério. A miniaturização de uma árvore ou de um arbusto em um vaso pode ser uma tarefa bastante simples, se for seguido um conjunto de cuidados que visam atingir esse fim. O próprio vaso em que a planta é colocada pode ajudar a restringir o tamanho da árvore, ao evitar que as raízes se espalhem por um terreno mais alargado.

Bonsai – Árvore Bandeja

A poda e a adubação são outros fatores que contribuem para a aparência final que a planta pode adquirir. Não são apenas os galhos que devem ser podados. As raízes, por mais restritas que estejam pelo formato ou tamanho do vaso, podem teimar em crescer de qualquer maneira, sendo necessário moldá-las para que a técnica dê certo. A época ideal para a poda das raízes é durante o inverno, quando também se recomenda a troca da terra. E o melhor tipo de adubo para o bonsai é aquele que possui uma quantidade mais reduzida de nitrogênio. A rega deve ser moderada: o bonsai não tolera a umidade por muito tempo.

Bonsai de frutas

Os vasos de bonsai são largamente comercializados em floriculturas, mas o jardineiro profissional também pode pensar na possibilidade de investir no seu cultivo a partir das sementes, que exige um pouco mais de cuidado. A maioria das espécies de árvores pode ser utilizada para um bonsai, mas floricultores recomendam usar pinheiros, olmos ou figueiras para presentear jardineiros amadores. De fato, o bonsai tem sido a escolha mais indicada quando se quer desejar boa sorte, força e sabedoria a quem acabou de concluir uma fase importante na vida, como a faculdade, ou está num novo empreendimento pessoal. Um presente original e cheio de simbologia.

Imagens: kersaber.com, dinamitou.com, dorasantoro.blogspot.com

Local

Um dos pontos fundamentais para a manutenção do Bonsai refere-se a escolha do local onde será mantida a planta. 

De uma maneira geral e com poucas exceções o Bonsai deve ser cultivado ao ar livre, ou seja, exposto as variações climáticas tais como: chuva, vento, frio, sol, etc., de acordo com as necessidades específicas de cada planta. O ideal é que permaneçam em um ambiente aberto (jardim, varanda ou sacada) com sol direto pelo menos na parte da manhã, podendo até permanecer em ambientes fechados por curtos períodos de tempo (no máximo 03 dias) evitando sobremaneira ambientes artificiais (ar condicionado e aquecedor). A tendência que os galhos e folhas têm de crescer em direção ao sol poderá provocar desequilíbrio na forma; evite-o fazendo uma rotação periódica nos vasos, procurando não mudá-los de local.

Por Fabio del Porto

A pérola da coroa das plantas floridas

Se existe uma espécie florífera que fica muito bonita quando utilizada para bonsai, esta espécie é a Azaléia (Rhododendron).

por www.projetobonsai.com/

Considerada por jardineiros japoneses como a pérola da coroa das plantas floridas, ela é uma das principais responsáveis por fazer com que as pessoas se encantem com o bonsai (principalmente as mulheres), e se uma azaléia no jardim, toda florida, já é algo bonito, quando vemos sua floração em um bonsai bem estruturado então… Andei lendo o livro Satsuki Azaleas for bonsai and azalea enthusiasts (Robert Z. Callaham) e já posso recomendá-lo, é excelente! Tanto pelos exemplos quanto pelas dicas de apresentação e até de como montar sua própria coleção de bonsai. O livro é bem completo (233 páginas), e ensina algumas técnicas interessantes como por exemplo a de enxerto de galhos (que é como se consegue a maioria daquelas azaléias com várias cores diferentes em uma mesma planta).

Satsuki Azaleas por Robert Z. Callaham

O livro nos mostra algumas curiosidades também, como a pronúncia correta de palavra Satsuki, que no Japão é pronunciada “Sats’ki” e que as azaléias vêm sendo cultivadas desde o século XVII, isso porque antes da Era Edo (1603-1867), pessoas comuns eram proibidas de cultivar as Satsuki, e elas só começaram a ser trabalhadas como bonsai mesmo na Era Taisho (1912-1926), por conta da popularização do arame de condução de galhos/troncos.

A Satsuki só começou a aparecer na América do Norte por volta de 1936, quando B. Y. Morrison, através doServiço de Introdução de Plantas, subdivisão do Serviço de Pesquisas Agrícolas do Departamento Americano de Agricultura, começou a trazer uma maior quantidade de Azaléias para solo americano… Bom, a história é longa e vocês podem ler tudo no livro (em inglês).

O livro pode ser comprado na Stone Lantern, ou na Tropical Bonsai (pra quem for do Rio de Janeiro), aliás falando na Tropical Bonsai, eles possuem várias azaléias em seu acervo, mas uma delas me chama atenção e nem é pelo tamanho ou pelo formato… Ainda não identifiquei o que é, mas já a fotografei para analisar melhor.